02 abril 2011

Eu sempre me senti mais estranha do que aparentava ser.
E que seja permanente essa vontade de ir além de tudo que me espera

Pelo menos alguma coisa eu devo ter feito certo, mesmo. Porque tenho certeza que você vai lembrar de mim, ainda que não queira.

Alguém aí pode admitir que essa merda de vida dá um medo filho da puta, e que ficar longe de tudo dói, e que ficar dentro de tudo dói, e que estar aqui, agora, dói pra cacete?

Qualquer um diria que nós nunca tivemos nada a ver. Mas eu sabia; Você era o meu garoto e eu te amava em silêncio mesmo com tanto barulho ali fora. Mesmo com tantos idiotas tentando te convencer do contrário. Mesmo você se importando com tudo isso.

E no final, no lugar do 'eu te amo', ele disse o que eu sempre quis ouvir: Você não é como as outras garotas.
Sabe, desde que você entrou por aquela porta algo mudou na minha vida. (...) Gosto da sua maneira de ver o mundo. Da maneira com que se veste, com que sorri e com que usa esse batom vermelho chamativo. Sua alegria é uma espécie de mistério, um mistério que jamais consegui decifrar, mas sempre quis fazer parte.
É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor. Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto.
Minha mãe me ensinou a ser educada, e não a gostar de todo mundo.
Porque às vezes parace que desistir de nós, seria como desistir de mim.